Headpiece filled with siraw'
T.S. Eliot, "The Hollow Men"
Nós somos as inorgânicas
Frias estátuas de talco
Com hálito de champagne
E pernas de salto alto
Nossa pele fluorescente
É doce e refrigerada
E em nossa conversa ausente
Tudo não quer dizer nada.
Nós somos as longilíneas
Lentas madonas de boate
Iluminamos as pistas
Com nossos rostos de opala.
Vamos em câmara lenta
Sem sorrir demasiado
E olhamos como sem ver
Com nossos olhos cromados.
Nós somos as sonolentas
Monjas do tédio inconsútil
Em nosso escuro convento
A ordem manda ser fútil
Fomos alunas bilíngües
De "Sacre-Coeur" e "Sion"
Mas adorar, só adoramos
A imagem do deus Mamon.
Nós somos as grã-funestas
Filhas do Ouro com a Miséria
O gênio nos enfastia
E a estupidez nos diverte.
Amamos a vida fria
E tudo o que nos espelha
Na asséptica companhia
Dos nossos machos-de-abelha.
Nós somos as bailarinas
Pressagas do cataclismo
Dançando a dança da moda
Na corda bamba do abismo.
Mas nada nos incomoda
De vez que há sempre quem paga
O luxo de entrar na roda
Em Arpels ou Balenciaga.
Nós somos as grã-funestas
As onézimas letais
Dormimos a nossa sesta
Em ataúdes de cristal
E só tiramos do rosto
Nossa máscara de cal
Para o drinque do sol posto
Com o cronista social.
(Vinicius de Moraes, "Para Viver um Grande Amor")
Dedicado para aquela que me apareceu no balcão do Velvet às 5 horas da manhã.
sábado, 27 de dezembro de 2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
ARMAS E LETRAS: GARCILASO, CAMÕES E GÔNGORA
(...)Entre las armas del sangriento Marte,Do apenas hay quien su furor contraste,Hurté de tiempo aquesta breve suma,Tomando, ora la espada, ora la pluma.(...)
[Égloga tercera]
(...)Agora o mar, agora experimentandoOs perigos marvócios inumanos,Qual Cânace, que à morte se condena,Numa mão sempre a espada e noutra a pena.(...)
[Os Lusíadas, Canto 7º, estrofe LXXIX]
(...)Oh fértil llano, oh sierras levantadas,Que privilegia el cielo y dora el dia!Oh siempre gloriosa pátria mia,Tanto por plumas quanto por espadas!(...)
[A Córdoba]
(...)Entre las armas del sangriento Marte,Do apenas hay quien su furor contraste,Hurté de tiempo aquesta breve suma,Tomando, ora la espada, ora la pluma.(...)
[Égloga tercera]
(...)Agora o mar, agora experimentandoOs perigos marvócios inumanos,Qual Cânace, que à morte se condena,Numa mão sempre a espada e noutra a pena.(...)
[Os Lusíadas, Canto 7º, estrofe LXXIX]
(...)Oh fértil llano, oh sierras levantadas,Que privilegia el cielo y dora el dia!Oh siempre gloriosa pátria mia,Tanto por plumas quanto por espadas!(...)
[A Córdoba]
terça-feira, 18 de novembro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
o ermo da solidão das estradas
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
PATHOS , um verbete
PATHOS substantivo masculino de dois números
1 qualidade no escrever, no falar, no musicar ou na representação artística (e, p.ext., em fatos, circunstâncias, pessoas) que estimula o sentimento de piedade ou a tristeza; poder de tocar o sentimento da melancolia ou o da ternura; caráter ou influência tocante ou patética
2 na experiência do espectador, leitor etc., sentimento de dó, compaixão ou empatia criados por essa qualidade do texto, da música, da representação etc.
1 qualidade no escrever, no falar, no musicar ou na representação artística (e, p.ext., em fatos, circunstâncias, pessoas) que estimula o sentimento de piedade ou a tristeza; poder de tocar o sentimento da melancolia ou o da ternura; caráter ou influência tocante ou patética
2 na experiência do espectador, leitor etc., sentimento de dó, compaixão ou empatia criados por essa qualidade do texto, da música, da representação etc.
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